O Tribunal do Júri de Samambaia, no Distrito Federal, condenou Rosana Auri da Silva Cândido e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa pelo assassinato do menino Rhuan Maycon, de 9 anos, em 2019. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (25).
Segundo informações do site Metrópoles, na sentença, estão expostos detalhes de um crime hediondo e “friamente premeditado”, conforme as palavras do magistrado.
Eles serão contados pela primeira vez, visto que o processo correu, desde o início, em segredo de Justiça: razão pela qual o julgamento também correu a portas fechadas, no Fórum de Samambaia.
No documento, o juiz destaca a “frieza emocional, comportamento calculista e insensibilidade exacerbada” das rés, em especial de Rosana. Segundo o texto, desde o começo das investigações, a mãe de Rhuan teria prestado afirmações “permeadas de inverdades e incoerências”, além de usar “técnicas de manipulação e teatralidade, colocando-se na posição de vítima”.
A descrição desse traço de personalidade da assassina foi fornecida pelas equipes de médicos legistas que atuaram no caso.
A ré [Rosana] não demonstrou arrependimento, remorso ou empatia com a vítima, o que evidencia um desvio de personalidade que deve ser valorado negativamente… O nível de perversidade da ré Rosana é tamanho que, ainda no local do homicídio, ao ser perguntada pelo delegado ‘Vocês comeram a carne da criança?’, respondeu a ele: ‘Não, mas o cheiro estava bom’. (TRECHO DA SENTENÇA PROFERIDA PELO JUIZ FABRÍCIO CASTAGNA LUNARDI).
As duas mulheres queimaram partes do corpo de Rhuan na churrasqueira da chácara onde a família morava, em Samambaia, na tentativa de se livrarem do cadáver.
A companheira de Rosana acendia o fogo enquanto a mãe degolava Rhuan ainda vivo, depois de esfaqueá-la outras 11 vezes, segundo aponta o laudo dos legistas.
Esse teria sido o ápice de toda uma vida de sofrimentos infligidos pelas duas mulheres ao garoto e a sua irmã.
Rhuan Maycon era impedido de ir a escola, alienado do convívio com o restante da família e obrigado a se mudar constantemente, já que as duas mulheres fugiam da lei enquanto o pai das crianças desesperadamente buscava resgatar os pequenos.
O garoto foi torturado e teve o pênis decepado numa falectomia caseira, um ano antes de morrer pelas mãos da mãe e da madrasta. Antes de fazer a cirurgia, as duas criminosas teriam pesquisado na internet “como extrair pênis e testículos”, segundo a sentença.
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Sobre esse ato de crueldade, assim narrou o juiz: “A vítima sofria de dores lancinantes e desconforto prolongado ao urinar, desde o dia da lesão até a sua morte […] Ou seja, para urinar, a bexiga da vítima precisava encher muito, sendo que ela urinava por gotejamento, sentindo uma dor inimaginável, por um pequeno orifício”.
Ao saber do resultado do julgamento da ex-mulher e de sua companheira, o pai de Rhuan, Maycon Douglas Lima de Castro, que mora no Acre, afirmou ao Metrópoles: “Ainda é pouco“.
Fonte Metropoles