Gabriel Medina deu uma entrevista ao jornal ‘O Globo’ e disse que se sentiu prejudicado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) por conta do veto à viagem de sua mulher, Yasmin Brunet, a Tóquio como membro de sua equipe.
Leia também Yasmin Brunet e Medina cortaram relações com família do surfista
Segundo Gabriel Medina, Yasmin é responsável pela sua estatística, nutrição e apoio mental. Ele argumenta que, no esporte, os atletas não se prendem à formação acadêmica para montagem do estafe.
“Estou me sentindo injustiçado porque nominei meu estafe, que é direito do atleta, segundo o que o COB falou. Eu poderia levar uma pessoa. E escolhi a Yasmin como meu estafe e não como minha esposa. Ela é meu estafe oficial desde o inicio do ano e, por acaso, minha esposa. Inclusive ela tem funções técnicas que já foram especificadas ao COB. Eu a nominei e não estou sendo respeitado. Enquanto isso, todos os outros surfistas estão levando quem eles nomearam. Tatiana (Weston-Webb) levará o marido e o Ítalo (Fereira), um amigo. Eles estão certos. Escolheram pessoas que estão ali no dia a dia, ajudando e trabalhando. É meu melhor ano, lidero o ranking mundial e nunca tive tantos bons resultados seguidos. De seis campeonatos, fiz cinco finais. Não quero tirar vantagem nenhuma como já disseram por aí. Não acho que o COB me deu uma justificativa plausível”, explicou.
Gabriel Medina ainda explicou como aconteceu o credenciamento de Yasmin. “Foi dito que eu poderia escolher duas pessoas mas, por causa da pandemia, reduziram para uma. Há mais ou menos um ano, enviei os nomes, porém esses nomes mudaram, não trabalho com as mesmas pessoas”, iniciou. “Pedi para colocar a Yasmin. O Andy King, que foi meu treinador na perna australiana do tour, tornou-se uma opção e enviamos toda a documentação dos dois. Mas, ele não é do meu estafe fixo”, continuou ele.
Problemas com a família
Entre as funções de Yasmin, Medina cita a filmagem de seus treinos e baterias e a de seus adversários, análises estatísticas, como, por exemplo, quantas ondas ele surfou ou quantas manobras realizou, suporte nutricional durante as competições, ajuda com a logística, criação de estratégias mentais e apoio psicológico.
“Estou passando por um momento complicado na minha relação familiar, e essa é uma função importantíssima para mim neste momento. Ainda mais no surfe, que é um esporte que tenho que estar bem mentalmente e psicologicamente”, comentou ele.
“Eu e minha família infelizmente estamos numa situação chata, complicada. Gostaria de não entrar em detalhes neste momento. Só quero focar no surfe, no tour, na Olimpíada. Muitas pessoas me julgam, falam histórias. Há muitas matérias publicadas sobre o assunto mas nada é verídico. As pessoas falam muito, opinam muito sobre o que não sabem. Mas estou tentando não me preocupar com isso. É difícil, mas com a ajuda da Yasmin estou conseguindo passar bem por essa situação. Porque, na real, ninguém sabe o que eu estou passando. Nem sei como esse ano tem sido meu melhor ano nas competições. Preciso ter muita paciência e profissionalismo. Mas um dia as pessoas saberão”, afirmou o surfista.
Gabriel Medina ainda comparou a atuação de Yasmin a de seu padrasto, Charles Saldanha, que foi seu técnico durante 16 anos
“Ela é a pessoa com quem me sinto bem e confortável para poder competir. Como foi com o meu padrasto por vários anos. Sempre me perguntaram: ‘Por que você não contrata um coach que surfa, que tem experiência com o surfe?’. O Charles não tem formação e no final era o cara com quem me sentia bem. Tínhamos um método de trabalho e eu me sentia tranquilo em competir e viajar com ele aonde fosse. Quem surfa sou eu e eu me sinto completo mentalmente com uma pessoa que está ali para me ajudar em tudo. Não deveriam seguir padrão. Cada um tem um jeito de funcionar… Eu sou assim. Funcionou bem durante anos com o Charles e agora está funcionando bem com a Yasmin”, garantiu Medina.
Fonte o Globo / Metropoles