A advogada Janaina Paschoal foi reprovada no concurso para professores titulares da Universidade de São Paulo (USP), ela recorreu da decisão e revela ser perseguida pela banca examinadora.
Ela leciona na Faculdade de Direito desde 2003 e concorreu com três colegas a duas vagas de titularidade, último degrau da carreira acadêmica, e ficou em quarto lugar.
Janaina Paschoal revela perseguição no twitter
Em sua conta no Twitter, ela afirmou que a perseguição decorre do fato de ela ter sido uma das autoras do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.
Além disso, apresentou os motivos que a fez questionar a originalidade do trabalho do primeiro colocado do concurso, Alamiro Velludo.
Que é dos requisitos impostos pelo regimento interno da USP para a obtenção da titularidade.
11) As palavras são diferentes, as ideias são idênticas! São pessoas com inegável identidade. Estou questionando a originalidade! Só isso!
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) 11 de outubro de 2017
21) Coincidência, ou não, Professor Conti foi um dos especialistas ouvidos durante o impeachment. Ele demonstrou a ocorrência dos crimes!
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) 11 de outubro de 2017
Janaina Paschoal citou, o professor titular Sérgio Salomão Shecaira, chefe do departamento onde trabalha, como um dos apoiadores da decisão de reprová-la.
Ele subscreveu um manifesto de juristas a favor de Dilma, à época do processo. A professora acredita que a perseguição de que sofre é porque é contra a legalização das drogas, do aborto, da liberação de traficantes e da abertura das prisões e porque trata de temas que não agradam aos docentes.
“Não tenho como negar a perseguição, não é só política. É maior do que isso, é de valores mesmo. Eu já sabia que não teria a menor chance de ganhar pelas questões políticas, eu já esperava ser reprovada. Eles me veem como uma conservadora” revelou Janaina Paschoal.
A direção da faculdade, no entanto, negou quaisquer irregularidades no concurso, segundo informações do Estadão.