Luiz Inácio Lula da Silva voltou a desafiar ontem seus acusadores a ver o que acontecerá no País se o impedirem de ser candidato à Presidência em 2018.
“Eles agem todo santo dia para me tirar da disputa. Juntam meia dúzia de juiz e votam. Não me deixam ser candidato e pronto. Se eles acham que, me tirando da disputa, está resolvido o problema deles, façam e vamos ver o que acontece no País. Se acham que não vou ter força para ser cabo eleitoral, testem”.
O ex-presidente afirmou ainda que espera um pedido de desculpas do juiz Sérgio Moro.
“Não quero nem que o Moro me absolva, só quero que peça desculpas”. Muito aplaudido pela plateia, Lula prosseguiu falando sobre a Lava Jato.
Discurso de Lula
Nos quase 40 minutos de discurso, lembrou a fala “nós contra eles”, disse não poder mais aceitar tantas mentiras e afirmou não ter medo da operação.
O ex-presidente falou ainda que, se o objetivo da Lava Jato é não deixá-lo ser candidato, os investigadores não deveriam deixar o povo sofrer por causa disso.
Acompanhado do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que já chegou a ser apontado como plano B do PT na eleição de 2018, Lula provocou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
“Se o Bolsonaro agrada ao mercado, nós do PT temos de desagradar ao mercado”.
Lula lembrou que, em várias campanhas eleitorais, o prédio da Bolsa de Valores de São Paulo fechava as portas, quando havia uma passeata do PT nas redondezas, porque o consideravam um demônio.
“Eu não tenho cara de demônio, mas quero que me respeitem como se eu fosse. Eles sabem que, comigo, a economia brasileira não vai ficar mais subordinada ao rentismo”.
O PT pretende manter a candidatura de Lula à Presidência até serem esgotados todos os recursos jurídicos, mesmo que ele seja condenado em segunda instância e vire ficha suja.
Nesse cenário, Haddad só será uma opção em último caso. Por enquanto, o ex-prefeito e ex-ministro da Educação pretende concorrer ao Senado.