O médium João de Deus é muito conhecido no Brasil e no mundo por seus supostos dons de cura e há mais de 40 anos mantém uma casa espírita em Abadiânia, Goiás.
Esta semana, ele foi acusado por mulheres de abuso sexual e estupro. Os casos de violência sexual atribuídos a João de Deus foram revelados, com exclusividade, nesta sexta-feira (7), no programa “Conversa com o Bial”.
Com medo de uma possível “retaliação espiritual”, apenas uma se dispôs a mostrar o rosto. Todas, porém, deram depoimentos chocantes.
Uma afirmou: “Ele pegava na minha mão e fazia eu pegar no pênis dele. Ele falava: ‘Você é forte, corajosa. O que está fazendo tem um valor enorme. Põe a mão, isso é uma limpeza”.
A única que se dispôs a mostrar o rosto foi a coreógrafa holandesa Zahira Lieneke Mous. Ela conversou com Bial pela internet e, depois, no estúdio do programa. Acostumada a visitar o Brasil desde os 17 anos – por causa de um tio que mora em Minas Gerais –, ela ouviu falar de João de Deus pela primeira vez em 2014.
Precisando de ajuda espiritual e com traumas causados por um abuso sexual no passado, pesquisou tudo sobre o médium antes de visitar a Casa Dom Inácio de Loyola.
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Abusos de João de Deus
De acordo com os relatos, João de Deus agiu de forma similar em todos os casos.
Durante os atendimentos espirituais coletivos, o médium teria dito para as mulheres que, segundo a entidade, elas deveriam procurá-lo posteriormente em sua sala, porque tinham sido escolhidas para receber a cura.
As entrevistadas dizem que, uma vez que elas estavam sozinhas com ele, eram violentadas sexualmente.
Segundo uma das mulheres, o médium demonstrou saber que aquilo que estava fazendo com ela poderia ser considerado assédio sexual.
“Calma, eu não estou com tesão, mas preciso fazer isso para te curar”, uma delas relatou ter ouvido de João de Deus durante o abuso.