O motorista de aplicativo Lindenberg Martins contou que foi a última pessoa a falar com Lúcia Xavier Sarmento Neves, a neta dela, Júlia Neves, e o taxista Marcelo Tavares Marcelino, quando o Rio foi atingido pelo pior temporal em 22 anos. Os três estão entre os dez mortos causados pela chuva forte na cidade.
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De acordo com o G1, depois de buscar um casal de turistas em um shopping, às 21h30, Lindenberg ficou parado em um engarrafamento na Avenida Carlos Peixoto, em Botafogo, na Zona Sul.
“Eu pedi licença ao passageiro que estava com a esposa grávida, aí eu perguntei, pedi para aguardar um pouquinho no carro ai eu fui ver o que tinha acontecido. Andei em direção oposta e eu notei que não tinha caído só arvore. Tinha desmoronado tudo”, contou o motorista.
Quando viu o perigo, o motorista correu para avisar os outros motoristas e passageiros sobre o risco de deslizamento
“Eu tive o intuito de voltar para trás, de carro em carro, para ir pedindo pela janela para as pessoas saírem dos carros e, nesse momento, foi muito difícil, porque as pessoas até entenderem o que tinha acontecido, demoravam a sair”, destacou.
Entre as pessoas que alertou, estavam Lúcia, a neta dela e o taxista Marcelo.
“Eu bati na janela do taxista e eu falei com ele. ‘Não foi uma árvore que caiu. Está acontecendo um deslizamento, tem um monte de escombro caindo. Vamos sair daqui. Se o carro estiver seguro ou não, larga isso aí. Vamos embora’”, contou Lindenberg.
Antes de partir, o motorista voltou para conferir se todos tinham saído dos carros, e achou que a avó, neta e taxista tivessem conseguido escapar.
Segundo G1, Lindenberg foi para casa e quando acordou, soube da tragédia pela televisão. Ele disse que tentou chegar ao local do deslizamento, mas foi impedido pelos bombeiros. Por isso, ele decidiu avisar a polícia.
“Eu estou com o coração partido, não sei o que explicar. É um sentimento que não tem o que falar”, contou.