Padre é preso por abuso sexual e diz ter DOM de reconstituir virgindade

Um Padre, foi preso no interior de Goiás, após ser acusado de abuso sexual e pornografia infantil.

O homem justifica os atos como um dom de santificar partes do corpo feminino como rosto, seios, nádegas e vagina.

No depoimento do padre, ao Ministério Público em que confessa os crimes, ele justifica que o dom incluía a possibilidade de reconstituição da virgindade a partir do toque na vagina das vítimas, segundo as informações do portal O GLOBO.

Padre e pornografia infantil

Depois da busca na casa de Iran Rodrigo Souza de Oliveira, na paróquia, os policiais recolheram um computador, arquivos eletrônicos e celular.

Na sexta-feira, 18, o religioso, de 45 anos, prestou depoimento ao promotor Danni Sales Silva, por mais de cinco horas.

No caso da pornografia infantil, o padre reconheceu ter recebido fotos de uma criança de 11 anos nua, enviadas pela própria mãe da mesma.

A menina estava com fluxo menstrual muito forte e desregulado, partiu do padre o pedido das fotos, conforme consta no depoimento.

A suspeita do MP é que pelo menos uma vítima tinha 14 anos de idade quando houve o suposto abuso.

Os crimes investigados são violência sexual mediante fraude, com pena de dois a seis anos de prisão, e adquirir pornografia infantil, com pena de prisão de um a quatro anos.

Vítimas do Padre

“O número de vítimas é não quantificável. Agora tem uma fila de pessoas para dar depoimento. O advogado dele disse que vai levar de 20 a 30 casos de milagres. Na paróquia, apreendemos vídeo pornográfico, o que mostrava que ele dissimulava a situação de sacerdote, de clérigo, para abusar sexualmente das vítimas”, revela o promotor responsável pelas investigações.

O padre reconheceu ter trocado mensagens com vítimas via Whatsapp:

“Em oração, teve uma inspiração. Em unção percebeu que rosto, seio, nádegas e vagina, tudo faz parte de um mesmo corpo e que é possível a santificação destas áreas específicas do corpo tanto pela oração, quanto pelo toque”, revela trecho de depoimento.

O toque com as mãos deve ocorrer dependendo da gravidade física ou espiritual da dor que assola a pessoa, segundo Iran:

“Recebia diversos pedidos de intervenção de outras cidades, e decidiu intervir pelo Whatsapp. Quando o pecado dizia respeito a uma relação extraconjugal ou pecado de carne o depoente, por vezes, pedia para ver partes do corpo desnudas, inclusive a vagina aberta porque, assim, poderia dar a benção e a santificação através de uma oração”, registra o termo de declaração ao MP.

Uma das vítimas havia “pecado” por ter estado com um homem numa festa. Ela buscou o padre para confessar, na paróquia de Caiapônia, conforme o relato dele ao MP.

“O depoente perguntou se ela gostaria de receber a benção e santificação e, assim, fez o sinal da cruz tocando os seus olhos, cabeça, coração, seios, vagina. Para esse processo de santificação foi necessário que ficasse pelada”, cita o depoimento.

De acordo com as informações do Globo, o Advogado do padre, Leonardo Couto Vilela nega que houve abuso sexual. Ele atribui a fé ao que ocorria na paróquia:

“Os toques não tinham qualquer intenção, não havia qualquer lascívia. A mão ficava espalmada. O padre era a ponte entre a pessoa e Deus, a motivação era religiosa. Ele era um intermediador. Havia inclusive consentimento dos pais”.

 

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Fonte O globo