Em uma gravação, divulgado pelo Jornal da Record, o ex-reitor do Santuário Basílica de Trindade (GO), padre Robson de Oliveira Pereira, afirma que participava de um esquema para burlar contratos. Em um momento da gravação, ele diz “sou o chefe da quadrilha.
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A gravação, apreendida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), foi feita pelo próprio padre e ele conversava com uma equipe jurídica buscando maneiras de mascarar a ilegalidade em contratos de compras realizadas em nome de terceiros pela Associação Filhos do Pai Eterno. No conteúdo, ele afirma que tinha consciência do risco de ser preso. Na época, ele administrava um fundo de R$ 2 bilhões para este fim.
“Quer dizer, eu estou assumindo que eles eram seus representantes nos negócios e investimentos na área imobiliária”, afirma o advogado Klaus Marques. Uma outra advogada que não teve seu nome revelado completa: “e rádios”. Padre Robson afirma temeroso: “Isso não é bom”. A advogada responde: “De jeito nenhum. Isso é a pior coisa que o senhor pode fazer”. Alessandra, funcionária da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entra na conversa e dispara: “Isso aqui é péssimo também. Investimentos na área imobiliária, tendo em vista tudo que, de fato, todo mundo sabe que eles fizeram, foi o quê? Um roubo, né?”.
O religioso então conclui: “Eu estou dando legitimidade para uma coisa ilegítima, porque eu considero que foi estelionato aquilo lá. Os caras lá já falavam: Olha, você vai passar, por fora, para mim, tanto. Eu, de bobão… complicado isso aqui. Não está bom, não. Isso aqui é a mesma coisa de estar assinando um mandado de prisão”.
Entenda o caso
O Padre Robson é acusado por supostamente ter desviado mais de R$ 100 milhões de doações de fiéis. O dinheiro era para ter sido usado na construção da nova Basílica de Trindade, mas o religioso teria comprado fazenda, casa de praia e um avião de pequeno porte. As investigações começaram em 2019 e são conduzidas pelo Ministério Público de Goiás.
Os supostos desvios foram descobertos durante a Operação Vendilhões, que apurou uma denúncia do religioso, que estava sendo vítima de extorsão após hackers terem descoberto relacionamento amoroso dele. Ao todo, Padre Robson teria desembolsado R$ 2,9 milhões para os chantagistas, dinheiro que, segundo o MPGO, saiu dos cofres da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com sede em Trindade (GO).
Confira a Reportagem da Record Tv sobre o Padre Robson
FONTE ESTADO DE MINAS