O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que sabe como o pai do jurista desapareceu durante a ditadura militar e que contará a ele a história “um dia, se quiser saber”.
Ele ainda se antecipou ao declarar que Santa Cruz “não vai querer ouvir a verdade”.
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, disse Bolsonaro.
A declaração foi feita quando o presidente comentou sobre o desfecho do processo de Adélio Bispo, que lhe deu uma facada na campanha eleitoral.
O agressor foi considerado inimputável pela Justiça Federal, que determinou internação do mesmo por prazo indeterminado.
“Como não recorri, agora ele é maluco até morrer. Vai ficar em um manicômio judicial, uma prisão perpétua. Estou sabendo que ele está aloprando lá. Abre a boca, pô. Ah, não tem valor porque é maluco, abre a boca, pô! Quem sabe dê o fio da meada”, reiterou o chefe do executivo. “Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB?”, questionou em seguida.
O presidente da OAB é filho de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desaparecido em 23 de fevereiro de 1974, segundo o site da Comissão da Verdade. Felipe tinha dois anos de idade quando o pai sumiu ao sair da casa de seu irmão, Marcelo de Santa Cruz de Oliveira, no Rio de Janeiro, para encontrar um amigo, chamado Eduardo Collier, que morava em Copacabana.